
A Ministra da Saúde esteve presente na sessão de abertura do II World Congress on Migration, Ethnicity, Race and Health, que está a decorrer em Lisboa entre os dias 3 e 5 de setembro.
Na sua intervenção, Ana Paula Martins considerou que o tema desta conferência é ao mesmo tempo «ambicioso e urgente» e defendeu que «a migração pode tornar o nosso mundo mais saudável: trazendo novos talentos para os sistemas de saúde, ampliando o conhecimento científico e enriquecendo as estratégias de saúde pública com perspetivas diversas».
A Ministra da Saúde realçou que «Portugal tem uma tradição orgulhosa de cobertura universal de saúde», recordando que «desde a fundação do nosso Serviço Nacional de Saúde, o princípio da universalidade tem sido inegociável», mas reconheceu também que «a realidade que enfrentamos hoje é diferente daquela para a qual o nosso sistema de saúde foi originalmente concebido».

Na visão de Ana Paula Martins, «a migração, quando acolhida com justiça e visão de futuro, pode fortalecer não apenas a saúde dos indivíduos, mas também a resiliência das nações e a coesão da comunidade global». E apontou algumas «soluções práticas» que devem ser seguidas, nomeadamente a «formação intercultural para profissionais de saúde, um envolvimento significativo das comunidades migrantes e minoritárias na elaboração de políticas, uma legislação inclusiva e estratégias de promoção da saúde adaptadas a populações diversas».
A fechar a sua intervenção, a Ministra da Saúde deixou ainda um alerta: «Se optarmos pela inclusão, sustentabilidade e equidade, a migração poderá realmente ser um motor para sociedades mais saudáveis, fortes e coesas. Mas se não agirmos, as desigualdades se aprofundarão, a saúde pública será prejudicada e a coesão social enfraquecerá».
