
Secretária de Estado da Promoção da Saúde presidiu à sessão de encerramento do IV Congresso Nacional de Saúde Pública.
Para Portugal poder ter uma população com mais saúde é necessária uma aposta forte na prevenção das doenças e na promoção da saúde, no combate às desigualdades, e na capacitação dos cidadãos e das comunidades. A promoção da saúde e a saúde pública devem ter um papel mais relevante na definição das políticas públicas de todas as áreas do nosso país. Estas foram algumas das ideias partilhadas esta sexta-feira, dia 27 de outubro, pela Secretária de Estado da Promoção da Saúde, Margarida Tavares, quando presidiu à sessão de encerramento do IV Congresso Nacional de Saúde Pública, em Viseu.
“Desde a segunda metade do século passado, o mundo vem assistindo à progressão dos fatores de risco para as doenças crónicas e que muito têm contribuído para a carga da doença, primeiro nos países de renda elevada e depois também nos países de baixa e média renda”, lembrou Margarida Tavares.
“Os estilos de vida que se instalaram nas nossas sociedades têm sido os responsáveis por mais doença, mais incapacidade, mais multimorbilidade. Tabaco, álcool, sedentarismo, consumo excessivo de sal, de açúcar, de gorduras saturadas, dieta pobre em fibras, frutas e vegetais, má qualidade do ar: Estes fatores de risco tornaram inevitável uma reorientação da saúde pública para a promoção da saúde”, acrescentou a Secretária de Estado.
A governante frisou que “a promoção da saúde precisa de parceiros em todos os sectores e precisa do compromisso de todos. Esse compromisso tem de ser inabalável e precisa de recursos para poder ser robusto. As unidades locais de saúde pública são essenciais para liderar esta transformação e estamos precisamente a fazer o levantamento dos recursos humanos e físicos aí existentes”.
Para a Secretária de Estado da Promoção da Saúde, a saúde pública e a promoção da saúde reclamam um novo modelo organizacional, que passa pela criação de uma Agência para a Promoção da Saúde.
“Este organismo terá de ser capaz de fazer pontes e de cooperar com as demais entidades públicas, privadas e do sector social e também com a sociedade civil, no sentido de atuar de forma mais efetiva sobre os determinantes da saúde, de aplicar efetivamente os princípios ‘Saúde em Todas as Políticas’ e ‘Uma Só Saúde’, reduzindo-se as desigualdades, aumentando e preservando o capital de saúde e o bem-estar dos cidadãos ao longo do curso da vida”, adiantou.
Com esta estrutura, explicou, será possível influenciar as políticas nos outros sectores. “Precisamos de olhar para a saúde como um recurso – o recurso mais valioso – para o sucesso da nossa sociedade. Não podemos resignar-nos a ter uma baixa esperança de vida saudável aos 65 anos nem continuar a assistir ao aumento da incidência de tantas doenças associadas aos estilos de vida. Temos o dever de agir”, asseverou.
Este percurso, insistiu, será feito com a Direção-Geral da Saúde e com o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge. “Temos dito e repetido que não contarão connosco para menorizar ou delapidar estas instituições históricas”, disse.
“O novo desenho organizacional que está a ser trabalhado visa justamente proceder a uma repartição clara das competências das várias entidades, centrando-as naquilo que é a sua primária vocação”, acrescentou.