
Secretário de Estado presidiu à Sessão de Abertura das 1.ªs Jornadas de Eficiência Energética e Hídrica do Ministério da Saúde
A eficiência energética e hídrica são duas áreas em que o SNS tem sido reforçado, com o objetivo de contribuir para a sustentabilidade financeira e ambiental. Esta foi uma das ideias que o Secretário de Estado da Saúde, Ricardo Mestre, partilhou na quarta-feira, dia 11 de outubro, quando presidiu à Sessão de Abertura das 1.ªs Jornadas de Eficiência Energética e Hídrica do Ministério da Saúde.
As jornadas, organizadas pela Administração Central do Sistema de Saúde, pretenderam refletir e debater os desafios do presente e do futuro do Programa de Sustentabilidade Ambiental no Ministério da Saúde (ECO@SAÚDE). O encontro visou ainda promover a partilha de experiências e o encontro entre os responsáveis máximos das entidades deste Ministério e os stakeholders do setor público e privado.
Em comentário ao ranking da eficiência energética e hídrica apresentado nas jornadas, o Secretário de Estado da Saúde disse que deve ser encarado como uma partilha de boas práticas que estimula a melhoria contínua. “Devemos partilhar as boas práticas de forma transparente para perceber os comportamentos que temos e continuar a melhorar”, disse Ricardo Mestre.
O Secretário de Estado da Saúde defendeu que a proposta de Orçamento do Estado para 2024, apresentada esta semana, “vai no sentido do reforço do SNS com mais financiamento, mais capacidade de investimento e uma organização diferente e com novos instrumentos de gestão” – ferramentas fundamentais para responder também aos desafios da eficiência energética.
Para o governante, a saúde e o ambiente devem ser olhados de uma perspetiva mais conjunta. Ricardo Mestre recordou que as Nações Unidas estimam que, atualmente, 1 em cada 4 mortes no Mundo esteja relacionada com riscos ambientais. As alterações climáticas aumentam o risco da incidência de doenças antigas e emergentes em novas geografias, e levam também a menor sustentabilidade alimentar e ao agravamento das condições de pobreza, determinante maior da saúde e bem-estar da população, explicou.
O Secretário de Estado referiu também o impacto que a saúde tem em termos de pegada ambiental. Estima-se que, a nível global, o setor de saúde represente quase 5% das emissões de gases com efeitos de estufa – se fosse um país, seria o quinto maior poluidor mundial. “Portugal tem condições para ser, uma vez mais, um exemplo nesta transição para um planeta mais sustentável”, afirmou.
O governante lembrou que só o SNS proporciona 2000 cirurgias por dia, dá alta a 2000 pessoas, faz 132 mil consultas e tem 2400 pontos de resposta em todo o país, o que por si só são momentos geradores de grandes consumos e com potencial de melhoria. A este propósito recordou que está em curso o Plano de Recuperação e Resiliência, com todas as obras a terem presentes a importância da transição energética. “Nos 124 novos centros de saúde e 347 unidades que estamos a requalificar nos cuidados de saúde primários, esta é uma marca transversal”, frisou. No próximo ano e meio serão adquiridas, ainda 780 viaturas elétricas.
Nos últimos anos, só no âmbito do Programa Operacional – Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (PO SEUR), foram aprovados projetos na saúde na casa dos 100 milhões de euros, maioritariamente financiados por fundos comunitários. Permitiram intervenções de fundo como alterar iluminação para LED, instalação de painéis fotovoltaicos ou melhoria de eficiência térmica nos edifícios dos hospitais. Estes projetos beneficiaram 34 entidades, lembrou o Secretário de Estado da Saúde.
A concluir, o governante assegurou que Portugal está comprometido com o Pacto Ecológico Europeu, que determina que Portugal e a Europa devem ser espaços neutros em carbono, até 2050, para melhorar o bem-estar e a saúde dos cidadãos e das gerações futuras. Da desmaterialização de processos à transição digital, foram vários os exemplos evocados.