
Ministro da Saúde participou no 50º aniversário da Roche em Portugal.
O Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, participou nas comemorações do 50º aniversário da farmacêutica Roche em Portugal. Na sua intervenção no evento, que decorreu segunda-feira, dia 9 de outubro, o governante salientou o papel que a inovação em saúde tem tido na longevidade e qualidade de vida das pessoas, mas lembrou que a introdução dessa mesma inovação no sistema de saúde tem de ser feita com equilíbrio e partilha de risco entre todos os envolvidos.

O governante começou por lembrar o papel do Serviço Nacional de Saúde das suas quatro décadas de existência, com grande impacto em vários indicadores, como a esperança média de vida e a mortalidade infantil. Manuel Pizarro destacou que hoje curamos doenças para as quais antes não havia resposta, lembrando depois que o sucesso alcançado traz novos desafios, com as necessidades das pessoas a crescerem a um ritmo superior à produção do SNS.
“O que está em causa não é um enfraquecimento do SNS”, disse, destacando que nunca foram feitas tantas consultas e cirurgias como em 2022 e 2023. Por isso, o Ministro da Saúde defende que temos de acompanhar o caminho da saúde por um reforço do papel da promoção da saúde e da prevenção da doença. “O orçamento da saúde cresceu 56% em apenas sete anos”, lembrou, explicando que os recursos são finitos e que isso nos convoca a todos para um compromisso em torno da saúde.
Esse esforço, prosseguiu, passa por uma melhor organização do SNS, por mais trabalho em rede e por melhor articulação, por exemplo, com o setor social. Na área do medicamento, disse o Ministro da Saúde, estamos também a crescer a dois dígitos na despesa, o que não é um caminho que possamos seguir indefinidamente. Em medicamentos nos Hospitais e em ambulatório, o SNS investiu cerca de 3,3 mil milhões de euros em 2022 (aproximadamente 25% da despesa pública em saúde estimada para esse ano).
“Temos de encontrar um percurso sustentável para o conjunto da sociedade. O caminho do progresso tem também de ser fiscalmente sustentável”, insistiu Manuel Pizarro, explicando que isso implica uma relação mais profunda com a indústria farmacêutica, com mais audácia no tratamento dos dados em saúde, para percebermos melhor os ganhos efetivamente alcançados e podermos desenhar modelos de partilha de risco.
Por outro lado, o Ministro da Saúde aproveitou a ocasião para destacar as capacidades de Portugal para acolher mais investimento no setor da saúde, em particular da indústria farmacêutica. “Precisamos de aumentar a riqueza que produzimos para equilibrar a balança”, disse, frisando que temos recursos humanos altamente diferenciados e que “somos um país aberto ao mundo”.