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A Secretária de Estado da Promoção da Saúde participou na apresentação do estudo COSI Portugal, no INSA.

“Se não investirmos agora, vamos falhar a estas crianças e às suas famílias e vamos falhar enquanto país”. O repto foi deixado esta terça-feira, 27 de junho, pela Secretária de Estado da Promoção da Saúde, no final da apresentação do estudo COSI Portugal, que avalia a prevalência de excesso de peso infantil e os hábitos das crianças.

O estudo, parte de uma iniciativa da OMS/Europa a que Portugal aderiu desde 2008, concluiu que, em 2022, 31,9% das crianças portuguesas entre os 6 e os 8 anos de idade tinham excesso de peso, das quais 13,5% apresentavam obesidade, um aumento face à última avaliação feita antes da pandemia, em 2019.

Na sessão de apresentação no INSA – Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, Margarida Tavares reiterou que são necessários “dados robustos, comparáveis, que procurem aferir a realidade e as assimetrias a nível nacional” e que permitam passar “à ação sobre os seus determinantes sociais, económicos e ambientais”, destacando algumas conclusões e as medidas que estão a ser tomadas pela tutela.

Relativamente à promoção da alimentação saudável, a Secretária de Estado salientou que os resultados desta sexta ronda do COSI sugerem uma melhoria da alimentação, mas existem ainda indicadores a melhorar, o que o Governo pretende fazer envolvendo os jovens nas decisões e capacitando-os para opções saudáveis. “Temos um lema até na resposta ao VIH que é ‘nada para nós sem nós’. Nesta área é igual e é possível e desejável que cada vez mais possamos envolver as crianças e os jovens na escolha dos menus, na organização das cantinas [escolares]. Temos um programa desenhado nesse sentido que esperamos vir a implementar para que seja mais atrativo levar uma alimentação saudável”, afirmou Margarida Tavares.

Já sobre o aumento do uso de ecrãs e de comportamentos sedentários, a Secretária de Estado da Promoção da Saúde sublinhou que esta penetração da tecnologia é transversal a toda a sociedade, mas particularmente prejudicial nos mais novos. Com o objetivo de contrariar o sedentarismo e reconhecendo que são necessárias medidas em vários setores, Margarida Tavares anunciou que vai ser relançada a Comissão Intersetorial para a Promoção da Atividade Física (CIPAF), criada em 2017.

“Estes resultados e estes instrumentos devem ser sobretudo um alerta e um incentivo a fazermos mais e a procurarmos responder aos desafios que identificamos a nível nacional e em cada uma das nossas comunidades e regiões”, acrescentou a governante, defendendo que o processo de descentralização de competências na área da saúde para as autarquias é uma “enorme oportunidade” para reforçar as ações de promoção da alimentação saudável e atividade física a nível local. 

Primeiros anos de vida são prioritários

“Tudo o que sejam ações nos primeiros anos de vida são muito importantes e uma prioridade nossa”, vincou Margarida Tavares, destacando que uma das conclusões negativas deste estudo é o facto de apenas 21,8% das crianças terem sido amamentadas em exclusivo até aos seis meses, como preconizam as orientações internacionais. Uma realidade que está ainda “muito aquém” do desejado, sublinhou a governante. 

Margarida Tavares concluiu que o grande aumento da esperança de vida ocorrido no último século tem de ser complementado hoje com ganhos na qualidade de vida, que só serão possíveis com uma aposta na prevenção e promoção da saúde que permita reduzir fatores de risco e carga de doença.

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