
Ministro da Saúde anuncia a ambição de aumentar em mais de 50% as camas de cuidados continuados até 2025.
“Nós temos neste momento cerca de 9.500 camas e queremos chegar até ao final de 2025 com 15.000 camas. Ora, nós precisamos dos parceiros, nomeadamente dos parceiros do setor social e solidário, para esse crescimento”, disse Manuel Pizarro, na celebração do 17.º aniversário da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, que decorreu em Lisboa, no dia 6 de junho.
O ministro da Saúde manifestou a “ambição enorme” de aumentar em mais de 50% as camas de cuidados continuados até 2025, uma vez que “a necessidade desta rede aumento exponencialmente”, mas explicou que para isso será necessário o apoio do setor social e solidário.
Manuel Pizarro referiu que, face ao que tem sido a inflação e o aumento de custos da construção, o Governo tinha de aumentar o financiamento, que, disse, “permitirá a muitas instituições também elas aumentarem a sua capacidade de acolhimento ou criarem capacidade de acolhimento nos cuidados continuados”.
De acordo com o Ministro da Saúde, este aumento da capacidade instalada permitirá retirar dos hospitais os utentes que estão internados apenas por razões sociais ou porque estão à espera de uma vaga na Rede de Cuidados Continuados.
O governante disse que esta é uma das razões por que o Governo quer criar mais vagas na rede de cuidados continuados, mas sublinhou que “a motivação principal” é saber que as pessoas serão mais bem tratadas se estiverem na rede de cuidados continuados. “Estamos a falar de números, mas estamos a falar sobretudo de pessoas e queremos dar a cada pessoa com incapacidade e às suas famílias uma nova oportunidade”, disse Manuel Pizarro.
No final da sua intervenção, Manuel Pizarro apresentou aquelas que considera serem as quatro prioridades para esta resposta, nomeadamente “reforçar a Rede com mais Cuidados Continuados, aprofundar a ligação entre a Saúde e a Segurança Social, investir na componente de ambulatório e modernizar a forma de financiamento da rede, associando uma componente qualitativa”.

Reforço em 40% do financiamento para novas camas de cuidados continuados e 780 novas viaturas elétricas para o SNS
No mesmo dia, o secretário de Estado da Saúde, Ricardo Mestre, avançou que, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), vai haver um financiamento por cama de 42 mil euros que é 40% acima dos 30 mil euros inicialmente previstos.
Segundo Ricardo Mestre, este aumento para financiar a abertura dos novos 5.500 lugares de internamento de cuidados continuados previstos no PRR resulta de uma análise ao mercado, que constatou o impacto da inflação na subida dos preços dos materiais e da construção.
O Serviço Nacional de Saúde vai também receber, no âmbito do PRR, 18 unidades móveis de saúde e 780 viaturas elétricas, das quais 23 destinadas especificamente à RNCCI, sendo as restantes entregues às Unidades Locais de Saúde e aos Agrupamentos de Centros de Saúde.
De acordo com o Ministério da Saúde, estas viaturas vão aumentar a capacidade de resposta de proximidade na comunidade, nomeadamente em casa das pessoas que se encontram em situação de vulnerabilidade.
