
Ministro da Saúde participou no Fórum Dispositivos Médicos, promovido pelo Infarmed
“Não podemos ficar para trás na inovação e na tecnologia ao serviço da saúde”, afirmou esta terça-feira, 6 de junho, o Ministro da Saúde, na abertura do Fórum Dispositivos Médicos, onde foram apresentados os primeiros resultados sobre a utilização de dispositivos no Serviço Nacional da Saúde. Manuel Pizarro salientou o aumento da incorporação de tecnologia na saúde, defendendo que é necessário avaliar, em todos os momentos, a forma como são usados os recursos que o Estado e todos os portugueses colocam no SNS. Este novo instrumento de monitorização liderado pelo Infarmed é, nesse sentido, um “serviço a Portugal e ao SNS”, afirmou.
De acordo com os dados reportados pelos hospitais, em 2022 o SNS registou uma despesa de 815 milhões de euros em dispositivos médicos nos hospitais. “Trata-se de um aumento de 59% face a 2018”, salientou o Ministro da Saúde, notando que neste período, marcado pela pandemia, existiu uma aceleração maior na despesa com dispositivos médicos do que no mercado do medicamento, onde se registou um aumento de 30% nos gastos. Uma evolução que deve ser analisada, para perceber os seus determinantes, acrescentou.
“O que está em causa não é limitar o acesso, é garantir o acesso universal a todos os que precisam”, frisou o Ministro da Saúde, afirmando que uma das grandes conquistas do SNS foi “democratizar o acesso tecnológico e científico na saúde”.
Manuel Pizarro deu o exemplo da recente criação do programa universal de acesso aos Sistemas de Administração Automática de Insulina (SAAI), que vai ser operacionalizado ao longo dos próximos meses, para sublinhar que os processos de introdução de nova tecnologia devem ser transparentes e exigem uma cuidadosa negociação. “Nos próximos três anos e meio vamos colocar muito mais dispositivos do que colocámos nos últimos 12 anos”, vincou.
O Ministro da saúde destacou o Regulamento Europeu de Dispositivos Médicos, que os Estados devem transpor até maio do próximo ano, e a instalação em Portugal do primeiro escritório mundial da Organização Mundial de Saúde (OMS) dedicado à Tecnologia, Robótica e Empreendedorismo em Saúde como oportunidades para aprofundar o trabalho nesta área. “É uma oportunidade para estarmos na linha da frente”, salientou, defendendo que a sustentabilidade na saúde depende de um uso eficiente dos recursos mas também do aumento da riqueza produzida no país. “Temos feito esse caminho na área do medicamento e podemos também fazê-lo na área dos dispositivos médicos”, concluiu.