
Ministro da Saúde presidiu à sessão de abertura das jornadas Patient Care.
O Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, presidiu à sessão de abertura das Jornadas Patient Care, tendo salientado na sua intervenção a qualidade do encontro e a importância da atualização permanente e do trabalho em rede entre as várias especialidades, nomeadamente na própria Medicina Geral e Familiar.
“Os cuidados de saúde primários são efetivamente a base do nosso sistema. E não o digo por mero chavão. Digo-o, ciente de que ainda temos um longo caminho a percorrer e de que precisamos de reforçar esta base do sistema de saúde para podermos continuar a ter orgulho nos nossos cuidados de saúde e nos nossos resultados, o que implica envolver os atuais profissionais – médicos e profissionais de muitas outras áreas – e ser capaz de atrair e de fixar novos profissionais”, afirmou o Ministro da Saúde, no encontro que decorreu em Lisboa, esta quinta-feira, dia 16 de fevereiro.
O governante lembrou, depois, que “os desafios da promoção da saúde e da preservação da nossa saúde dependem em larguíssima medida da qualificação dos nossos cuidados de saúde primários, e os médicos de Medicina Geral e Familiar têm um papel central na coordenação de equipas”. Mesmo com as dificuldades que todos conhecemos, o governante asseverou que só o SNS garante cobertura a todos os cidadãos nos momentos de maior fragilidade. No total, em 2022, realizaram-se nos Cuidados de Saúde Primários perto de 35 milhões de consultas médicas.
O Ministro elencou, ainda, várias reformas e medidas que estão a fazer o seu caminho para reforçar os cuidados de saúde, nomeadamente o investimento em mais unidades de saúde familiar, em especial do modelo B, bem como a construção de cerca de 100 novas unidades de saúde e a requalificação de mais 326.
“Ter ou não ter equipa de saúde familiar faz toda a diferença para as pessoas. Estamos conscientes das dificuldades que temos nesta matéria, mas que são especialmente concentradas em algumas áreas geográficas do país, como a região de Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve, por razões diferentes”, acrescentou o governante. Quanto a soluções, adiantou que, estruturalmente, é importante aumentar a capacidade de novos profissionais, ao mesmo tempo que se trabalha em “mecanismo de acesso aos cuidados de saúde primários que sejam de conjuntura”. Só em janeiro, mais de 500 jovens médicos iniciaram a sua especialidade em Medicina Geral e Familiar.

Durante a sessão de abertura, foi também feita uma homenagem a Maria Amélia Ferreira, professora catedrática da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, com uma carreira dedicada ao ensino da medicina. Atualmente, é também Provedora da Santa Casa da Misericórdia de Marco de Canaveses. O Ministro partilhou que foi seu aluno e recordou “o rigor e a seriedade que nunca podemos deixar de pôr numa profissão como a profissão médica” que guardou do tempo das aulas.
O Ministro recordou uma afirmação de Maria Amélia Ferreira durante uma entrevista, em que disse que “todos nós precisamos de ter um médico que nos ouça”. “Não podia estar mais de acordo. Só associando a excelência clínica, com a ética, a empatia, o humanismo e a solidariedade estaremos a cumprir em absoluto o SNS enquanto herança maior da nossa democracia e fator imprescindível para a coesão social”, afirmou.