
Secretária de Estado da Promoção da Saúde alerta para impacto das alterações climáticas em várias doenças.
As alterações climáticas e a poluição têm um impacto cada vez mais visível e crescente em várias doenças, onde se inserem também as patologias cardiovasculares. Este foi o mote do Fórum SPC 2023 – Alterações Climáticas, Poluição e Doença Cardiovascular, cuja sessão de abertura foi presidida pela Secretária de Estado da Promoção da Saúde. Margarida Tavares afirmou que os fenómenos extremos, como as ondas de calor e de frio, representam um desafio para os serviços de saúde, reiterando o compromisso com o investimento em mais literacia e promoção da saúde.
O fórum de reflexão decorreu na sexta-feira, dia 10 de fevereiro, em Lisboa, e foi organizado pela Sociedade Portuguesa de Cardiologia. O encontro pretendeu debater o enorme desafio que as alterações climáticas e poluição representam para a saúde global e para a doença cardiovascular em particular. A rápida evolução a que temos vindo a assistir, quer no aquecimento global quer na degradação da qualidade do ar, constitui uma ameaça para os mais vulneráveis onde se incluem os doentes com patologia cardiovascular.
“Este foi um inverno particular, porque saímos de dois anos de pandemia por Covid-19, em que todas as dinâmicas foram alteradas e a saída dessa forma de olhar para o inverno, passando a ter ma visão mais abrangente, não foi fácil e obrigou a mudar de novo as dinâmicas”, explicou a Secretária de Estado da Saúde. A governante adiantou, contudo, que, no âmbito do Plano Estratégico do Ministério da Saúde – “Resposta Sazonal em Saúde: Inverno 2022/2023, apresentado em novembro, tem sido possível analisar informação para extrair verdadeiro conhecimento e preparar o terreno para as reais necessidades.
A Secretária de Estado antecipou que o verão também trará outro tipo de desafios, pelo que a ideia será, uma vez mais, antecipar a apresentação de um plano que permita preparar os serviços e reduzir a morbilidade e a mortalidade. “Precisamos claramente de dar mais saúde e bem-estar nos anos que queremos que a nossa população sobreviva”, disse, asseverando também que é preciso investir mais em promoção da saúde e clarificando que a nova Secretaria de Estado da Promoção da Saúde vem dar esse sinal político.
Por ano, só na Europa, a exposição à poluição é associada a mais de 300 mil mortes prematuras. As Nações Unidas estimam que, atualmente, 1 em cada 4 mortes no Mundo esteja relacionada com riscos ambientais. E sabemos que as alterações climáticas aumentam o risco da incidência de doenças antigas e emergentes em novas geografias, menor sustentabilidade alimentar e agravamento das condições de pobreza, determinante maior da saúde e bem-estar da população
A qualidade do ar, é já considerada a 4ª causa de mortalidade global a nível mundial. De notar que, por ano, segundo a OMS, morrem 12,6 milhões de pessoas (24% de todas as mortes no mundo) devido a causas ambientais. Quase metade dos óbitos devido a causas ambientais deve-se à poluição atmosférica (cerca de 5 milhões de pessoas) sendo que 50% morrem por doença cardio ou cerebrovascular.