
Ministro da Saúde associou-se à cerimónia do Dia Mundial do Cancro, que homenageou o percurso do médico.
“O Dr. Vítor Veloso nunca deixou de ser a voz dos doentes, que talvez não tivessem voz se não fosse a sua palavra, mas também nunca deixou de estar do lado da solução.” Foi desta forma que o Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, descreveu o professor ímpar do cirurgião, homenageado no sábado, dia 4 de fevereiro, nas instalações da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), nas comemorações do Dia Mundial do Cancro.
O governante associou-se à homenagem organizada pela LPCC, que decidiu evocar o longo percurso de Vítor Veloso, tanto como médico, como no seu trabalho na Liga, em prol dos doentes. O Ministro da Saúde descreveu Vítor Veloso como “uma referência ética e uma referência de cidadania”, lembrando que “somou à vida de medico a vida de advogado dos doentes”. “O Dr. Vítor Veloso é notável pela seriedade, qualidade e dedicação em todos os projetos em que se envolveu e que fizeram a diferença nos resultados que temos hoje em Portugal no combate ao cancro”, reforçou Manuel Pizarro.
O Ministro da Saúde afirmou que Portugal tem hoje resultados na área da oncologia de que se pode orgulhar, ainda que haja vários pontos a melhorar. Neste contexto, elogiou o trabalho que é feito pela LPCC, que tem permitido, por exemplo, muito sucesso no rastreio do cancro da mama, operacionalizado pela liga em quatro das cincos regiões do país.
O governante adiantou que a estratégia do país na área do cancro incidirá em várias frentes, passando pela prevenção, pela deteção precoce e pelo tratamento. O Ministro adiantou que só em 2022 o Serviço Nacional de Saúde concretizou 64.030 cirurgias oncológicas, mais 15.354 do que em 2019. Mas reforçou que só a otimização dos recursos poderá garantir equidade no acesso, em todo o território nacional, a todas as dimensões de cuidados em saúde: desde a prevenção ao rastreio; ao diagnóstico e terapêutica, incluindo a promoção da investigação clínica, e os cuidados aos sobreviventes.
A Estratégia Nacional de Luta Contra o Cancro 2030, integrada no Plano Nacional de Saúde com horizonte a 2030 e alinhada com o Plano Europeu de Luta contra o Cancro, que será apresentada em breve, vai precisamente reforçar o papel dos rastreios, melhorando o trabalho e a equidade regional nos que já existem, e implementando novos rastreios, em resposta às metas definidas pelo Conselho da União Europeia.
O recente relatório da Comissão Europeia e da OCDE sobre a gestão do cancro em Portugal sublinha a importância da rede nacional de prestação de cuidados e a gratuitidade de acesso como fatores essenciais para os resultados de sobrevivência observados em Portugal.
Destacam-se as taxas de sobrevivência a cinco anos acima da média europeia, de 90% no caso do cancro da próstata, contra 86% na União Europeia. Na leucemia em idade pediátrica a sobrevivência é de 90% (UE 82%) e no cancro da mama é 88% (83% UE). Já no cancro do volo do útero o valor foi de 66% (64% UE), no cancro do colon foi de 61% (60% UE) e no cancro do pulmão de 16% (15% UE).
