
Portugal registou 190 casos entre janeiro e dezembro de 2022
Em 2022, foram efetuados 190 registos de Mutilação Genital Feminina na plataforma Registo de Saúde Eletrónico, tendo-se registado um aumento de 27,4% em relação ao período homólogo anterior.
Estes dados foram revelados esta segunda-feira, dia 6 de fevereiro, pela Direção-Geral da Daúde (DGS), na data em que se assinala o Dia da Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina.
De acordo com a DGS, desde 2014 foram registados um total de 853 casos em Portugal. Em 2022, dos 190 casos de Mutilação Genital Feminina, foi registada a intervenção dos profissionais de saúde em 84,2% (160) dos casos, no âmbito do esclarecimento dos direitos da mulher numa perspetiva educativa e preventiva.
Os dados indicam ainda que, entre janeiro e dezembro de 2022, foram registadas complicações de saúde em 100 mulheres (52,6% dos casos). Segundo a DGS, as complicações resultantes da mutilação genital feminina «são frequentemente coexistentes». Nos dados referentes ao ano passado, verificam-se 75 registos de complicações do foro psicológico, 64 obstétricas, 55 complicações de resposta sexual e 51 sequelas uro-ginecológicas.
O documento «Atualização dos Registos de Mutilação Genital Feminina, referente ao ano de 2022», elaborado pela DGS, tem como objetivo melhorar a caracterização e o conhecimento sobre esta prática.
A Mutilação Genital Feminina, que envolve a alteração ou lesão dos genitais femininos sem qualquer razão médica, pode causar complicações de saúde, incluindo infeção grave, dor crónica, depressão, infertilidade e morte. Reconhecida internacionalmente como uma violação dos direitos humanos, as suas origens não são claras, mas tem sido praticada pelas sociedades ao longo dos tempos.
Para saber mais, consulte:
DGS > Atualização dos Registos de Mutilação Genital Feminina, referente ao ano de 2022