
Ministro da Saúde encerrou sessão de apresentação de estudo sobre papel do setor na testagem à covid-19.
O Ministro da Saúde destacou esta quinta-feira, 15 de dezembro, o “papel insubstituível” das farmácias na resposta à pandemia em Portugal, afirmando que “estiveram na linha da frente do SNS” no aconselhamento e apoio à população.
Manuel Pizarro interveio no encerramento da conferência de apresentação e debate de um estudo sobre o papel das farmácias na testagem da covid-19, uma iniciativa organizada pela Associação Nacional das Farmácias e que teve lugar no auditório da ANF em LIsboa.
Reconhecendo o trabalho das farmácias na pandemia, o Ministro da Saúde sublinhou que, apesar de se ter começado a ouvir falar de “testes nas farmácias” com a covid-19, o setor tem há vários anos um papel importante no diagnóstico e acompanhamento do estado de saúde dos portugueses também no campo da testagem, seja no controlo de glicemia e colesterol ou mesmo na distribuição de testes de gravidez. Por outro lado, iniciaram-se em 2018 protocolos para a realização de testes de VIH e do vírus da hepatite, relembrou, experiências que tiram partido da qualidade e proximidade das farmácias e da confiança que os portugueses depositam no setor, protocolos que deixou a intenção de avaliar e aprofundar depois dos últimos anos marcados pela covid-19.
Reiterando que a rede de farmácias, com mais de 2800 farmácias abertas no país, é a única que equipara ou mesmo suplanta a capilaridade do SNS na proximidade à população, Manuel Pizarro sublinhou que as farmácias são um fator de equidade no acesso à saúde em Portugal. “Parece-me evidente que qualquer estratégia de saúde para Portugal, que sendo um país pequeno tem enormes diferenças regionais, só pode continuar a ter e a valorizar as farmácias como parceiras do SNS”, afirmou, acrescentando que, em muitos casos, a farmácia é mesmo “o primeiro interface com cidadãos”.
Objetivos para 2023
Depois do contributo na pandemia, em que só as farmácias portuguesas realizaram mais de 13 milhões de testes rápidos de antigénio, o Ministro da Saúde renovou o objetivo de avançar, em 2023, com a consolidação nas farmácias dos programas de renovação automática da prescrição de medicamentos a doentes crónicos e de dispensa em proximidade de medicamentos até aqui distribuídos maioritariamente nos hospitais, estimando que esta medida possa beneficiar pelo menos 150 mil utentes que hoje se deslocam várias vezes a unidades longe de casa. “São milhares de doentes que fazem milhares de quilómetros e para os quais podemos encontrar soluções com maior conforto”, afirmou.
“São dois programas ambiciosos mas necessários”, concluiu o Ministro da Saúde, deixando votos de parcerias para a sua concretização com o setor e com a ANF. “Estes dois programas só serão possíveis com um diálogo muito profundo e acredito que vamos ser capazes de o fazer”.
Depois da sessão, o Ministro da Saúde participou na inauguração da exposição Farmácias contra a covid-19 no Museu da Farmácia, onde são apresentadas várias peças relacionadas com a resposta à pandemia, fotografias e um mural de agradecimento.