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Foram mais de 600 mil os bebés que nasceram nesta instituição. Aniversário foi assinalado na presença do Secretário de Estado da Saúde.

O auditório da Maternidade Alfredo da Costa (MAC) encheu-se de atuais e antigos colaboradores para assinalar o 90.º aniversário da instituição. A cerimónia, presidida pelo Secretário de Estado da Saúde, Ricardo Mestre, decorreu na segunda-feira, dia 5 de dezembro, e contou com uma retrospetiva destes 90 anos de história, que se materializarem em mais de 600 mil nascimentos. Contudo, o momento foi vivido de olhos no futuro, para garantir que a maternidade continuará a ser uma referência na saúde da mulher em Portugal. Este ano espera-se que a MAC volte a ultrapassar os 3000 partos anuais.

“Olhar para a história da MAC é olhar para um exemplo único de como o conhecimento, a competência e a capacidade de superação são ingredientes fundamentais para responder às legítimas expectativas e exigências dos cidadãos, fazer evoluir as práticas clínicas e a especialização dos cuidados, e para construirmos uma sociedade cada vez mais justa, mais equitativa e mais feliz”, afirmou o Secretário de Estado da Saúde.

Ricardo Mestre recordou que o projeto da MAC não foi imediato e que “foram precisos três regimes para ser inaugurada: a Monarquia, a República e a Ditadura Militar”. Ainda assim, frisou que “a MAC continua hoje a ser uma das maiores e mais diferenciadas maternidades do país, como aliás acontece com outros serviços de ponta que integram o Centro Hospitalar e Universitário de Lisboa Central, também ele um dos pilares principais do Serviço Nacional de Saúde. Quando as situações são verdadeiramente complexas, ou quando os outros pontos da rede do sistema de saúde estão em dificuldades, cá está a MAC, cá está o CHULC e cá está o SNS para responder às necessidades da nossa população”.

Recém-nascidos com menos de 32 semanas

O Secretário de Estado da Saúde elencou, depois, alguns exemplos da relevância do trabalho da MAC. A maternidade trata mais de 20% dos recém-nascidos de menos de 32 semanas nascidos em Portugal, sendo que a MAC acolheu a primeira unidade de cuidados intensivos neonatais em Portugal. Ainda na área da saúde da mulher, de destacar que a primeira cirurgia robótica na área da ginecologia oncológica do SNS foi efetuada no Hospital Curry Cabral pela Equipa de oncologia da MAC no passado mês de outubro, tendo, entretanto, sido realizadas mais cinco operações.

O governante salientou que os bons exemplos são múltiplos e juntou mais alguns casos, como o Centro de Medicina Reprodutiva, que é o centro de referência para tratamento de casais com infeções virais desde 2012, e atualmente integra o Banco Público de Gâmetas. E também o Centro de Responsabilidade Integrado de medicina e cirurgia fetal, “permitindo que se realizem hoje em Portugal as intervenções que até há bem pouco tempo tinham de ser referenciadas para unidades no estrangeiro”.

Incentivos à PMA

“No início de 2023 entrarão em vigor novos incentivos financeiros para a realização de técnicas de PMA nos hospitais do SNS, com o objetivo de criar condições para aumentar a acessibilidade das utentes e casais a estes tratamentos no SNS”, anunciou Ricardo Mestre, lembrando que “estes incentivos, conjugados com a possibilidade de constituição de CRI e com a criação de Ciclos de Estudos Especiais na área da medicina da reprodução, conforme permite a Portaria dos Ciclos de Estudos Especiais recentemente publicada (Portaria n.º 279/2022, de 17 de novembro), vão valorizar áreas de motivação e interesse dos profissionais e fixá-los no SNS”.

Apesar da diferenciação tecnológica, o Secretário de Estado elogiou que a MAC continue também a apostar na vertente da humanização dos cuidados, indo ao encontro das expetativas das grávidas, mas sem descurar a vertente da qualidade e inovação.

Quanto ao futuro, o governante reconheceu que nos esperam grandes desafios decorrentes da pirâmide etária envelhecida, com apenas 100 jovens por cada 182 idosos. “Temos cada vez mais gravidezes tardias. Hoje, as mulheres têm, em média, o primeiro filho aos 31 anos, quase cinco anos mais tarde do que acontecia há 20 anos. Apesar de as mulheres engravidarem cada vez mais tarde, os serviços têm tido uma capacidade crescente de lhes salvar a vida”, sublinhou, reforçando que as patologias hoje são mais complexas, ao mesmo tempo que se tem de dar resposta a mais casos de infertilidade.

A globalização trouxe, por seu lado, mais desafios na área da saúde da mulher, com o Secretário de Estado a lembrar que “Nepal e Bangladesh são já o 2º e 3º grupo de estrangeiras com maior número de partos na MAC”.

Neste âmbito, Ricardo Mestre defendeu que precisamos de equipas cada vez mais multidisciplinares e com “o foco na pessoa, olhada não só na vertente biomédica, como na psicossocial”. Para isso, garantiu que o Ministério da Saúde está comprometido com o reforço de novos quadros, o que passa por aumentar a formação de jovens médicos, sobretudo em especialidades carenciadas, como a obstetrícia, a pediatria e a anestesiologia.

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