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IPO Lisboa recebeu 11.500 utentes em 2021

No ano passado o Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil (IPO Lisboa) tomou a cargo 11.544 novos utentes, revela o Relatório de Gestão e Contas. Primeiras consultas subiram 27%, para 54 mil.

Em 2021, o Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil (IPO Lisboa) recebeu 11.544 novos utentes, ainda que nem todos tenham sido diagnosticados com doença maligna ou permanecido como doentes no Instituto.

Este número, revelado no Relatório de Gestão e Contas 2021, está em linha com o verificado no ano anterior (11.732), embora reflita ainda a “diminuição da referenciação dos cuidados de saúde primários”, devido à pandemia por COVID-19. Em 2019, recorde-se, foram referenciados ao IPO Lisboa 14.863 novos utentes.

Mais de cinco mil tumores malignos

No Relatório de Gestão e Contas de 2021, já enviado à tutela e ao Tribunal de Contas, refere-se que, do total dos utentes referenciados, ficaram em tratamento no IPO Lisboa 5.433 novos doentes (número provisório) com tumores malignos registados na base de dados do Serviço de Epidemiologia.

O relatório destaca o aumento das primeiras consultas como o “impacto mais positivo e contrastante com o ano anterior”. Foram realizadas 54.581 primeiras consultas externas, mais 27% (11.668) do que em 2020, um número que ultrapassa mesmo os resultados pré-pandemia.

No total das consultas externas, foram efetuadas 305.751 consultas médicas e 143.030 consultas não médicas. No apoio domiciliário, foram acompanhados pelas equipas de cuidados paliativos 3194 doentes. O IPO Lisboa segue por ano cerca de 60 mil doentes.

O número de cirurgias também aumentou para valores anteriores a 2020. Foram realizadas 6.905 operações (mais 947), 1664 destas em ambulatório. Em 2021 entraram para a Lista de Inscritos para Cirurgia 7.865 doentes, mais 1.114 do que no ano anterior. O tempo médio de espera para cirurgia de doentes com patologia oncológica passou de 72 para 57,8 dias. Também a espera dos doentes não oncológicos operados no Instituto diminuiu de 291,7 dias para 220.

Estes dados representam “uma melhoria assinalável”, tendo em conta o período de pandemia em que as intervenções foram realizadas e as obras de ampliação e requalificação do Bloco Operatório, concluídas em outubro. Sublinhe-se que dos doentes cujo tempo médio de resposta para intervenção cirúrgica foi ultrapassado e que receberam vale cirurgia (num total de 1.947 vales emitidos), apenas 48 doentes optaram por realizar as cirurgias em outras instituições de saúde.

Quanto aos tratamentos de quimioterapia e radioterapia, enquanto os primeiros verificaram uma subida (de 35.415 para 38.496), os segundos registaram uma diminuição (de 77.539 para 72.595). Os transplantes de medula também cresceram, de 90 para 109, e realizaram-se dez tratamentos com células CAR-T (células do doente modificadas para identificar e destruir as células malignas). De destacar ainda que o IPO Lisboa é Centro de Referência para a oncologia pediátrica. Em 2021 recebeu 143 novos casos de cancro infantil.

No que respeita ao uso de medicamentos, o IPO Lisboa gastou 64 milhões de euros (mais 20,3%) do que no ano anterior, sendo a maior fatia despendida no grupo de terapêutico dos antineoplásicos (52,7 milhões de euros). O medicamento com maior peso na despesa foi a lenalidomida, utilizada para tratar o mieloma múltiplo, num total de 3,7 milhões de euros (menos 25,6% face a 2020). Prevê-se que este ano o genérico deste fármaco venha a ser comercializado, o que se espera que venha a ter impacto na despesa.

No balanço do ano passado, o IPO Lisboa contou com 2.009 trabalhadores, sendo o maior grupo o dos profissionais de enfermagem (571) seguido pelo dos médicos (360). Para este ano de 2022, o mapa de pessoal prevê a existência de 2.421 profissionais. Caberá à enfermagem a maior fatia, com a necessária entrada de 148 novos funcionários.

Previsão aponta para 60 mil neoplasias em 2020

Os números ainda são projeções baseadas na evolução da população portuguesa, mas a Agência Internacional para a Investigação de Cancro, da OMS, (Globocan) estima que no ano de 2020 tenham sido diagnosticados 60.467 casos de cancro no país. A organização calcula ainda que tenham morrido cerca de 30.168 pessoas com doenças do foro oncológico.

Os dados oficiais mais recentes da OMS, e consolidados, são de 2018, ano em que se verificaram 58.199 novos casos de doença em Portugal tendo falecido 28.960 pessoas por esta causa. Nesse ano, o cancro colorretal foi o que registou maior taxa de incidência (17,6%) e o cancro do pulmão a maior mortalidade (16,1%).

De acordo com o Registo Oncológico Nacional (RON) referente também a 2018, foram registados 50.151 novos casos de cancro no país, excluindo a Região Autónoma dos Açores. As neoplasias com maior número de diagnósticos foram as do peritoneu e órgãos digestivos (12.928), dos órgãos genito-urinários (11.443) e mama (7.373).

Para saber mais, consulte:

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