
Linha de Apoio Psicológico da ARS Norte atendeu 7.850 chamadas.
A Linha de Apoio Psicológico da Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte, criada durante a primeira vaga da pandemia, atendeu em 10 meses cerca de 7.850 chamadas, a maioria relacionadas com queixas de ansiedade, depressão e perturbação do sono.
De acordo com a ARS, foram atendidas cerca de 7.700 chamadas de utentes e mais de 150 profissionais de saúde devido à Covid-19.
«Perante esta situação de indefinição que a pandemia nos provoca e a indefinição em termos do tempo do que vai suceder, as reações de ansiedade, são as reações mais frequentes», referiu Luís Pimentel, que integra a equipa de coordenadores da linha.
Para os profissionais de saúde, a linha tem ainda um papel mais relevante, ao permitir que, sob a garantia de anonimato e «confidencialidade total», se possam «reorganizar e adaptar ao contexto vivido, muitas vezes causador de burnout (esgotamento profissional), não só entre os que estão na linha da frente, mas também na retaguarda e em regime de teletrabalho.
Além da ansiedade, destacam-se, também, os contactos relacionados com depressão e perturbação do sono, bem como os problemas com a vivência da doença, dificuldades na esfera relacional, dificuldades de natureza económica e problemas laborais.
Os resultados indicam que em apenas 9% dos casos, houve necessidade de sinalização para a Rede de Cuidados de Saúde Primários.
«Em cada Agrupamento de Centro de Saúde (ACES) e em cada unidade da Divisão de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e Dependências temos um psicólogo, pelo que, se entendermos que é uma situação que exige continuidade, sinalizamos e, dentro do ACES, é encontrada a melhor forma de dar seguimento e de responder às necessidades dos utentes», explicou.
Luís Pimentel referiu ainda que a procura pela linha tem oscilado ao longo da pandemia, tendo experienciado um primeiro pico, durante a primeira vaga, no mês de maio de 2020, e um novo pico «neste momento», com um crescimento gradual da procura.
Atualmente a linha conta com 50 profissionais que rotativamente asseguram o apoio psicológico, um número que pode vir a ser reforçado em caso de necessidade, assegura.
Em funcionamento desde 14 de abril de 2020, a linha, que tem como objetivo a promoção da saúde mental, oferece uma primeira resposta de cuidados psicológicos a utentes e profissionais de saúde, contribuindo para uma gestão mais adequada da situação de crise e para a prevenção do pânico, agitação, agressividade, conflitos, violência e doença psicológica.
Disponibilizando cuidados psicológicos, funciona como um espaço de escuta ativa, de expressão emocional, facilitando processos adaptativos e promovendo a resiliência psicológica e um maior bem-estar psíquico.