
Áreas para queixas respiratórias libertam centros de saúde e garantem acompanhamento de proximidade.
Entre 50 a 70 utentes com queixas respiratórias são atendidos, por turno, pelas equipas da Área Dedicada a Doença Respiratória (ADR) do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Porto Ocidental que avaliam e testam os casos suspeitos, libertando centros de saúde e hospitais.
Desde o início da pandemia, e segundo dados da Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte, que as 58 ADR ativos na zona Norte, dois dos quais no Porto, realizaram 200 mil consultas presenciais, mais de 140 mil testes PCR [molecular] e 13.695 testes rápidos.
Na Área Dedicada a Doença Respiratória do ACES do Porto Ocidental, na rua da Constituição, os seis médicos que prestam apoio nesta unidade chegam a atender, por turno, 50 a 70 pessoas, com queixas respiratórias. Quando aqui chegam, por indicação do médico de família ou do Centro de Contacto do Serviço Nacional de Saúde (SNS 24), estes utentes são avaliados e confirmada a suspeita de infeção por Covid-19 são encaminhados para a realização de teste, o que acontece nas mesmas instalações.
Para despistar uma possível infeção, depois de contacto de risco, o teste é realizado na ex- arrecadação do edifício, agora transformada em centro de testagem. Há dois postos montados e circuitos bem definidos para evitar contágios.
Naquela ADR, por turno, fazem-se entre 50 a 75 teste PCR e cerca de 20 rápidos [antigénio]. Nos dois turnos, há um total de seis enfermeiros, divididos por tarefas para evitar contaminação.
Nos 58 ADR foram realizadas 18 mil consultas
Os utentes são encaminhados pelo exterior do edifício até ao centro de testagem onde está montada toda a operação que conta com a colaboração da academia na parte laboratorial.
«Quanto mais rápido conseguirmos fechar o ciclo entre sintomas, diagnóstico e inquérito epidemiológico, na teoria estaremos a controlar melhor a pandemia», observa o responsável pelo programa de testes da ARS do Norte, Álvaro Pereira.
A pressão do número de infetados levou, em dezembro, a reforçar a equipa de médicos com um quarto elemento, como está previsto nos planos de contingência dos agrupamentos de saúde e por forma a evitar longos tempos de espera ou ajuntamento de pessoas.
A situação, indica o médico de família, é regularmente monitorizada quer pelos agrupamentos de saúde, quer pela ARS do Norte, por forma a ajustar os cuidados de saúde à procura. Na segunda-feira, dia 18 de janeiro, nos 58 ADR foram realizadas 18 mil consultas.
«A ideia de termos estas áreas é a de libertar os centros de saúde de doentes que possam ter Covid-19, diminuindo o risco para pessoas que se deslocam ao centro de saúde com outras patologias e para os profissionais», afirma Álvaro Pereira, acrescentando que os utentes que vêm às ADR têm uma grande probabilidade de estarem infetados.
Na sua maioria apresentam um ou vários sintomas, como febre, tosse, falta de ar, perda de cheiro e de paladar. Pedro Alves, um dos médicos de serviço nesta ADR, salienta que este circuito dedicado serve sobretudo para proteger todos: médicos, doentes Covid-19 e não- Covid-19.
«Tentamos criar dois circuitos que sejam seguros para ambos [doentes covid-19 e não-covid-19]. Aqui as pessoas com suspeita de infeção são diagnosticadas e rapidamente são orientadas para teste, se for caso», explicou, salientando que isto acontece no mesmo espaço e com celeridade.
«A noção que temos é que nunca paramos. Não acumula, mas nunca paramos», afirma. Por outro lado, este modelo, indicou o médico de família, permite que os cuidados primários de saúde aos doentes não-Covid-19 sejam assegurados, garantindo simultaneamente aos utentes Covid-19 um acompanhamento de proximidade, além da vigilância telefónica.