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S. João implanta neuroestimulador de longo termo em doente epilético.

Um novo modelo de neuroestimulador foi implantado no Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), num doente com epilepsia, no final do mês de junho. Portugal torna-se o primeiro país do mundo a recorrer a esta solução de monitorização de longo termo.

Este novo neuroestimulador, aprovado para uso humano na Europa em janeiro deste ano, permite em simultâneo gerar estímulos e efetuar a leitura do sinal cerebral nas zonas profundas do cérebro.

A utilização deste novo neuroestimulador possibilita a estimulação e captação de sinais cerebrais em simultâneo, o que poderá fazer toda a diferença na qualidade de vida dos doentes.

“Este sistema foi implantado num doente com epilepsia crónica e incapacitante, resistente ao tratamento com fármacos antiepiléticos. Tem “focos” epiléticos independentes nos dois hemisférios cerebrais, o que quer dizer que que não é bom candidato a uma cirurgia ressectiva (ou seja, de remoção de lesão). Para este tipo de doentes, a neuroestimulação é a melhor hipótese de melhorar o controlo da epilepsia. Temos esperança que esta nova geração de neuroestimuladores possa vir a ser mais eficaz do que as atuais, uma vez que a médio prazo seremos capazes de modular os parâmetros elétricos de estimulação de forma bem individualizada.

Para o CHUSJ e para o Centro de Referência de Epilepsia Refratária é motivo de orgulho sermos o primeiro centro nacional (e um dos primeiros mundiais) a utilizar este sistema em benefício dos nossos doentes e o primeiro a nível mundial a fazê-lo num contexto de monitorização vídeo 3D-EEG de longo termo para aprofundarmos as suas possibilidades terapêuticas futuras em parceria científica com o INESC TEC.”, destaca Ricardo Rego, coordenador da Unidade de Monitorização de Epilepsia do Serviço de Neurologia do CHUSJ e do Centro de Referência de Epilepsia Refratária.

Os dados obtidos durante uma semana de monitorização irão agora ser objeto de estudo aprofundado nos próximos meses, por forma a estudar todas as componentes: Estimulação, sinais cerebrais profundos, sinais cerebrais superfície (EEG) e movimento 3D do doente, por uma equipa pluridisciplinar, que inclui médicos dos serviços de Neurofisiologia e de Neurocirurgia do CHUSJ e engenheiros do INESC TEC.

Os serviços do CHUSJ preveem implantar mais neuroestimuladores iguais noutros doentes e existe ainda uma forte colaboração nesta área, com o Hospital Universitário de Tampere na Finlândia e com o Hospital Universitário de Munique na Baviera, que permitirá elevar muito o número destes casos para acelerar a descoberta de novas terapias de estimulação adaptativas em epilepsia.

Para saber mais, consulte:

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