
Instituto isola novo coronavírus e produz estirpes a pensar em vacina.
Cientistas do Instituto Pasteur, em França, conseguiram isolar e produzir em laboratório estirpes do novo coronavírus identificado na China, um feito divulgado na sexta-feira, dia 31 de janeiro, como um avanço europeu na investigação de uma vacina e de um tratamento contra este vírus.
Anteriormente, equipas chinesas e australianas também tinham isolado estirpes do novo coronavírus (família de vírus) que, na China, onde foi detetado em dezembro.
Contudo, é a primeira vez que na Europa é feita tal experiência com o novo coronavírus, que os investigadores dizem ser difícil de isolar.
Os cientistas do Instituto Pasteur recolheram amostras do coronavírus (2019-nCoV) de doentes franceses e inocularam-no em células já conhecidas para permitir a multiplicação de coronavírus similares.
Em duas das amostras, retiradas do mesmo doente, uma boa parte das células foi destruída pelo coronavírus.
A produção em laboratório do ‘2019-nCoV’ torna-o, assim, «disponível para a investigação», refere o Instituto Pasteur.
De acordo com o instituto, as culturas do coronavírus poderão ser testadas e manipuladas com substâncias antivirais conhecidas ou novas (que possam ser candidatas a uma vacina).
Os investigadores podem ainda estudar como se comporta o novo coronavírus e, desta forma, identificar as suas fragilidades, que permitam «desenvolver estratégias terapêuticas».
A análise dos anticorpos presentes nas pessoas infetadas pelo ‘2019-nCoV’ possibilitará também avançar com um teste serológico adaptado à despistagem da infeção a uma escala maior.
O teste permitirá saber, entre as pessoas que contactaram com o novo coronavírus, qual a proporção que pode ser infetada sem desenvolver sintomas, o que, para o Instituto Pasteur, facultará «dados mais precisos sobre a capacidade de transmissão deste vírus».
O vírus é tão novo e diferente que precisa da sua própria vacina, diz a OMS
A Organização Mundial da Saúde (OMS) avisou que as vacinas contra a pneumonia atualmente existentes não protegem contra o novo coronavírus detetado na China e que motivou a recente declaração de emergência em Saúde Pública a nível global.
«O vírus é tão novo e diferente que precisa da sua própria vacina», refere a OMS numa publicação informativa feita nas redes sociais, na qual acrescenta que a comunidade científica já está a tentar encontrar uma vacina específica.
Assim, a OMS esclarece que as vacinas contra a pneumonia existentes no mercado ou nos programas nacionais de vacinação não protegem contra o novo coronavírus, o qual provoca pneumonias virais.
Fonte: Lusa