
Capacidade laboratorial de Portugal entre as melhores da Europa.
A capacidade laboratorial de Portugal, representada sobretudo pela atividade dos laboratórios de referência do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), na área das doenças infeciosas é uma das melhores entre os países da União Europeia (UE) e do Espaço Económico Europeu (EEE), segundo uma avaliação efetuada pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC).
Em 2016, o índice médio do EULabCap (EU Laboratory Capability Monitoring System) para os países da UE/EEE foi de 7,5 numa escala de 0 a 10, tendo Portugal obtido um índice de 8,9, apenas superado pelo Reino Unido (9,0) e França (9,6).
Para verificar a capacidade de deteção, avaliação e vigilância de ameaças infeciosas o ECDC desenvolveu, em colaboração com os pontos focais nacionais de microbiologia de todos os países da UE/EEE e o Fórum Consultivo do ECDC, a metodologia de inquérito EULabCap para monitorização da situação nos diferentes países. O inquérito avalia, anualmente, as principais capacidades laboratoriais na área da saúde pública em doenças infeciosas nos domínios do diagnóstico, vigilância e preparação para resposta a epidemias.
Esta ferramenta de monitorização do ECDC combina 60 indicadores para avaliar a capacidade dos laboratórios de microbiologia de fornecer funções essenciais de saúde pública, conforme definido nas políticas e planos de ação da UE, regulamentos internacionais de saúde e normas técnicas. Os indicadores do EULabCap estão agrupados em três dimensões: testes de diagnóstico primário, serviços de laboratório de referência de microbiologia nacional e suporte de resposta de vigilância e epidemiológica com base em laboratório.
Os resultados do EULabCap contribuem para ajudar os formuladores de políticas e os decisores em todos os níveis, a identificar possíveis áreas de ação e avaliar o impacto das atividades de fortalecimento de capacidade e reforma do sistema de saúde.
Para Jorge Machado, coordenador do Departamento de Doenças Infeciosas, «o reconhecimento internacional de que Portugal e o INSA revelam uma elevada capacidade laboratorial no domínio das doenças infeciosas ao nível do que melhor se faz na Europa, é o resultado da estratégia delineada num passado recente com objetivos bem definidos, da capacitação e valorização dos recursos humanos e do alinhamento e adequação dos recursos técnicos».
«Na prática estes resultados significam que a informação resultante desta melhor capacidade possibilita um melhor conhecimento das doenças infeciosas em Portugal, que permite a formulação de politicas mais adequadas, com base na evidência, levando a uma melhor prevenção mas sobretudo melhores diagnósticos e uma atuação mais precisa em saúde pública, como tem sido demonstrado, em situações de surtos (como a doença dos legionários, a Hepatite A e o sarampo) e epidemias (como a gripe, Zika e Dengue)», acrescenta ainda o investigador do INSA.
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