
Adalberto Campos Fernandes defende que é preciso fazer mais.
O Ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, alertou, na sessão de encerramento da 73.ª Assembleia Geral das Nações Unidas, que, apesar dos recentes avanços no combate à epidemia das doenças não transmissíveis, estes ainda são insuficientes. Apelou aos líderes presentes, salientando que o mundo inteiro está de olhos postos nas suas ações.
As doenças não transmissíveis – como a obesidade, hipertensão, diabetes – estão a ultrapassar limites e a atingir novos grupos, afetando crianças e adolescentes, destacou Adalberto Campos Fernandes, apelando a que o futuro das nossas crianças seja o mote para que as nações superem os últimos obstáculos e corram mais rápido rumo à meta final.
Citando Nelson Mandela, salientou que «O que conta na vida não é o mero facto de termos vivido. É a diferença que fizermos na vida dos outros que determinará o significado da vida que levámos.»
Lembrou que, tendo a Organização Mundial da Saúde a missão de liderar e fornecer as evidências que fundamentam a ação internacional no âmbito da vigilância, da prevenção e do controlo das doenças não transmissíveis, nada se poderá interpor entre os líderes políticos e a prossecução dos seus deveres.
Adalberto Campos Fernandes sublinhou a sua confiança na capacidade de os atuais líderes combaterem as doenças não transmissíveis, superando as suas diferenças e as barreiras que impedem o acesso a cuidados, em prol do direito humano à saúde. Manifestou a sua convicção na resolução dos problemas de financiamento e na vitória contra a pobreza, principal determinante social da doença.
Reconhecendo que o negócio da doença é muito mais lucrativo e que os interesses económicos suplantam, muitas vezes, os objetivos no âmbito da saúde, apontou que a solução passa por «políticas inteligentes», que não requerem muito dinheiro, mas uma forte vontade.
Fazendo menção à reunião sobre prevenção e controlo de doenças não transmissíveis, que decorreu esta quinta-feira, 27 de setembro, destacou o impacto de medidas fiscais no consumo de determinados produtos – álcool, tabaco e bebidas com açúcar adicionado – e, em simultâneo, no financiamento das políticas contra as doenças não transmissíveis.
O Ministro da Saúde de Portugal apelou a uma mudança de mentalidades, que permita atingir melhores resultados. Especificou a importância do envolvimento de todos os parceiros, em particular da indústria e das pessoas portadoras de doenças não transmissíveis, pois todos têm um papel a desempenhar e só dessa aliança poderá nascer a força que vencerá a epidemia das doenças não transmissíveis.
As doenças não transmissíveis são responsáveis por quase 70% das mortes no mundo inteiro, sendo que perto de três quartos ocorrem em países com baixo e médio rendimento. É também nestes territórios que ocorrem 82% dos casos de morte prematura. As suas devastadoras consequências atingem indivíduos, famílias e comunidades e ameaçam os sistemas de saúde. Os custos socioeconómicos das doenças não transmissíveis tornam a prevenção e o controlo um imperativo maior.
Para saber mais, consulte:
Organização das Nações Unidas > Assembleia Geral (em inglês, francês, espanhol, árabe, chinês e russo)