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Portugal entre os países europeus mais bem-sucedidos.

Portugal está entre o restrito grupo de países europeus com mais pessoas com vírus da imunodeficiência humana (VIH) diagnosticadas e com mais doentes em tratamento que deixaram de transmitir a infeção, revelou o responsável da Organização Mundial da Saúde (OMS) Masoud Dara.

A afirmação foi feita na quarta-feira, dia 4 de julho, pelo Coordenador do Programa de Doenças Transmissíveis da OMS, à margem de reunião com o Ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, no sentido de ficar a conhecer mais aprofundadamente a realidade nacional no que toca ao combate ao VIH e aos resultados alcançados nesta matéria por Portugal.

O encontro contou também com a participação do Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, e da Diretora do Programa Nacional para a Infeção VIH/Sida, Isabel Aldir.

O responsável da OMS saudou a evolução registada nos últimos anos no combate à sida. «Portugal tem feito um percurso exemplar na prevenção, deteção, tratamento e cuidados dos doentes com VIH», afirmou Masoud Dara, sublinhando que o país atingiu praticamente todos os objetivos estabelecidos no programa das Nações Unidas para o VIH/sida — ONUSIDA, conhecido como 90-90-90.

O programa pretende que, até 2020, 90% das pessoas com VIH/sida estejam diagnosticadas, que 90% dos diagnosticados estejam em tratamento e que 90% dos que estão em tratamento atinjam uma carga viral indetetável ao ponto de ser impossível transmitir a infeção.

«Exemplar» é o adjetivo escolhido por Masoud Dara, que coloca assim Portugal ao lado de países como a Dinamarca, a Islândia, a Suécia, a Grã-Bretanha e a Irlanda do Norte, que já alcançaram a meta dos 90-90-90.

No entanto, a média dos 53 países europeus que participam no programa revela uma situação preocupante: apenas 69% de doentes estão identificados, a maioria não está em tratamento (58%) e apenas 36% de doentes que estão em tratamento deixaram de ser uma ameaça na transmissão do vírus, segundo dados avançados pelo responsável.

Masoud Dara aponta a situação vivida nos países da Europa de Leste como a principal razão para estas percentagens tão baixas, já que naquela região do globo a sida continua a ser um assunto tabu.

«Em 2016, havia 160 mil novos infetados na Europa, dos quais 80% viviam em países de leste», lamentou, explicando que naquela região o número de novos doentes continua a aumentar, em parte por falta de prevenção e limitado acesso a tratamentos.

Resultado: No leste, estão diagnosticados apenas 63% dos doentes, só um em cada quatro (28%) está em tratamento e 88% dos doentes em tratamento continuam a ser um perigo em termos de transmissão do vírus.

«Dia histórico» na luta contra o VIH  

Na ocasião, o Secretário de Estado Adjunto e da Saúde anunciou que mais de 90% das pessoas com VIH estão diagnosticadas e mais de 90% das que estão em tratamento já não transmitem a infeção. «Hoje é um dia histórico em que Portugal alcançou dois dos três objetivos estabelecidos pela OMS», afirmou o governante, a propósito da divulgação dos mais recentes dados sobre esta doença.

Portugal tinha até 2020 para conseguir atingir aqueles dois objetivos definidos pelo programa das Nações Unidas para o VIH/sida, conhecido como 90-90-90.

Com a identificação dos doentes, será mais fácil para os serviços de saúde conseguirem encaminhar as pessoas para os tratamentos, explicou.

Ter 90% dos doentes diagnosticados em tratamento é precisamente o objetivo do programa que falta a Portugal, mas Fernando Araújo acredita que tal poderá acontecer ainda este ano.

É que os dados agora revelados dizem respeito a 2016, altura em que havia já 87% dos doentes diagnosticados e Fernando Araújo lembra que foi precisamente nesse ano que se começou a generalizar o uso da terapêutica antirretrovírica para todos os infetados. «A nossa expectativa é que, em 2017 ou em 2018, possamos atingir este 90 e ser um dos países mais avançados nesta área», afirmou.

Portugal surge como um caso de sucesso, até porque começou o programa com números assustadores: «Partimos com uma base desfavorável e temos vindo, ao longo dos anos, a construir respostas adequadas para atingir esses objetivos».

Nos finais dos anos 80 e inícios dos anos 90, Portugal era um dos países europeus onde surgiam mais novos casos de infeção, uma realidade que veio a diminuir ano após ano.

Nos últimos anos, equipas do Ministério da Saúde fizeram uma recolha de dados a nível nacional, tendo voltado a notificar todos os casos, para perceber o que se passava. No final, perceberam que muitos tinham morrido, outros estavam hospitalizados, outros tinham regressado, explicou o governante.

 

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