
Estudo identifica características de células cancerígenas.
Uma equipa internacional de investigação, liderada pelo Instituto Gulbenkian de Ciência, identificou características importantes das células cancerígenas, que podem ajudar os médicos na luta contra o cancro.
Este estudo realizou-se em colaboração com investigadores do Instituto Português de Oncologia, I3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, IPATIMUP – Instituto de Patologia e Imunologia Molecular, Instituto de Medicina Molecular, e Dana-Faber Cancer Institute (dos Estados Unidos da América).
De acordo com o estudo, divulgado a 28 de março, na revista científica Nature Communications, a maioria dos subtipos agressivos de cancro aumenta o número e o tamanho de umas estruturas minúsculas que existem nas células chamadas centríolos.
Em comunicado, o Instituto Gulbenkian de Ciência explica que os centríolos são cerca de cem vezes mais pequenos do que um fio de cabelo e que têm sido considerados o «cérebro da célula», porque desempenham «papéis cruciais na multiplicação, movimento e comunicação entre células».
«Esses são processos normalmente alterados no cancro e que permitem a sobrevivência e multiplicação das células cancerígenas», explica o instituto, acrescentando que o número e tamanho dos centríolos são altamente controlados nas células normais. O que os investigadores descobriram foi que nas células cancerígenas os centríolos são frequentemente mais longos e em maior número do que nas células normais.
O comunicado releva que «a equipa observou que o excesso de centríolos é mais prevalente em formas agressivas do cancro da mama, como o triplo negativo, e do cólon. Descobriram também que os centríolos mais longos são excessivamente ativos, o que perturba a divisão das células e pode levar à formação de cancro». Acrescenta ainda que os «resultados confirmam que uma desregulação no número e tamanho dos centríolos dentro das células está associada a características malignas. Esta descoberta pode ajudar a estabelecer as propriedades dos centríolos como uma forma de classificar tumores de modo a determinar prognósticos e prever o tratamento adequado».
Fonte: Lusa