
Alimentação adequada pode reduzir o peso das doenças em 50 %.
Apesar dos progressos consideráveis na luta contra as doenças cardiovasculares, estas continuam a ser a principal causa de morte na Europa. A alimentação inadequada é responsável por cerca de metade das mortes e da incapacidade causada pelas doenças cardiovasculares e pode custar à economia da União Europeia 102 mil milhões de euros por ano.
Estes dados impressionantes foram publicados há poucos dias pela European Heart Network, no âmbito do Dia Mundial do Coração. Em Portugal, cerca de 35 mil portugueses morrem anualmente por doenças cardiovasculares, que continuam a ser a principal causa de morte e representam um terço de toda a mortalidade da população, embora muitas dessas mortes e desse sofrimento prolongado pudessem ser evitados por uma mudança simples nos hábitos alimentares.
Este documento apresenta uma revisão da evidência existente na relação entre os hábitos alimentares e as doenças cardiovasculares, demonstrando que esta é cada vez mais forte, apesar de alguns estudos contraditórios. Particularmente no que diz respeito ao sal e à gordura saturada, a evidência é sólida, recomendando limitar o consumo de sal, substituir as gorduras saturadas por gorduras insaturadas e optar por hidratos de carbono complexos ricos em fibra.
Segundo o documento, produzido por diversos peritos de renome mundial, uma alimentação promotora da saúde cardiovascular deve incentivar o consumo diário de produtos alimentares de origem vegetal, nomeadamente hortícolas e fruta, em vez do consumo excessivo de produtos de origem animal.